A presente dissertação tem como objetivo analisar os anos de clandestinidade da Federación Anarquista Uruguaya, compreendido no período de 1967-1976, principalmente, a estrutura interna da organização e a atuação nos níveis político e político-social. Através das experiências mais combativas no país, a FAU foi fundada em 1956, e reuniu em seu entorno diversas vertentes do pensamento libertário do Uruguai. Após o racha interno da organização, serviu de maneira fundamental o aprofundamento teórico, ideológico, político; as diversas linhas e militantes com distintas experiências presentes no início do partido serviram de base ideológica. O avanço das forças repressivas uruguaias, com o recrudescimento do estado, impôs a clandestinidade às organizações de esquerda revolucionária, incluindo a FAU. Nesse período compreendido pela organização por “ditadura constitucional”, fundou duas frentes de atuação, visando uma capilaridade maior do anarquismo e uma organização da classe trabalhadora combativa. No setor de massas, impulsionou a Tendencia Combativa, um agrupamento sindical que sustentavam uma oposição de esquerda à linha política do Partido Comunista Uruguaio, participando ativamente em uma das principais centrais sindicais do país, Convención Nacional de Trabajadores (CNT). Sua principal área de influência foi a fundação o agrupamento de tendência Resistencia Obrera Estudantil (ROE), militância envolvia os setores: sindical, estudantil e comunitária. A fim de proteger a organização e desenvolver táticas de ação direta, impulsionando dentro dos movimentos populares, foi criado o aparato armado, a Organización Popular Revolucionaria 33 Orientales (OPR-33); contudo, a linha armada se diferenciou da concepção foquista desenvolvida em toda a América Latina. Em 1973, a consolidação da ditadura militar, parte FAU se transfere para Buenos Aires, e a organização atua a militância em dois países; até sua desarticulação em 1976.

Ler a dissertação completa: Thaís Linhares. “Vivendo no Escuro