Iain McKay. “Anarquismo, Marxismo e as Lições da Comuna de Paris”

Nesse texto, McKay realiza uma discussão aprofundada da Comuna de Paris, relacionando-a com as ideias e práticas de socialistas libertários e autoritários. Conforme enfatiza em seu texto: “A Comuna de Paris é uma influência significativa para todos os revolucionários socialistas, anarquistas, assim como marxistas. […] Não só havia ‘entre os communards anarquistas e sindicalistas de diversos tipos’ (Cole), como Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin viram a Comuna de Paris como uma notória confirmação (tanto no sentido positivo quanto no negativo) das ideias anarquistas. Karl Marx produziu seu clássico Guerra Civil em França imediatamente após a queda da Comuna e adicionou o que ele considerou suas lições chave – ‘a classe trabalhadora não pode simplesmente se apossar da máquina estatal automaticamente e manejá-la para seus propósitos’ – ao prefácio seguinte do Manifesto Comunista. Lenin as colocou como o coração do seu Estado e Revolução e proclamou que enquanto os ‘anarquistas tentaram reivindicá-la’ [a Comuna] como ‘uma corroboração de sua doutrina’ na realidade eles ‘compreenderam completamente errado suas lições e a análise de Marx dessas lições’. Mais recentemente, o leninista Paul Blackledge utilizou esta obra para sugerir que ‘o problema para Bakunin era que Marx estava palpavelmente correto’ na medida em que ‘a Comuna era uma nova forma de governo e, de fato, uma nova forma de Estado’ e, assim, Kropotkin teria produzido ‘uma crítica imanente à análise de Bakunin da Comuna de Paris’.” McKay utiliza o livro The Paris Commune: A Revolutionary Democracy, do leninista Donny Glukstein, como forma de explorar as lições da Comuna, para mostrar como as ideias anarquistas são distorcidas e como a interpretação marxista padrão que ele sistematiza é falha. Isto reafirma as influências anarquistas na Comuna, o lugar da Comuna no anarquismo e a crítica anarquista sobre ela. Também mostra como são implausíveis as tentativas leninistas de apropriarem-se dela para sua tradição, pois ao mesmo tempo que Gluckstein saúda a Comuna por introduzir o ‘controle operário da produção’ e a ‘democracia desde baixo’, ele falha em mencionar o inconveniente fato dos bolcheviques terem abolido ambos.

 

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