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Felipe Corrêa. “O Anarquismo e o Sindicalismo de Intenção Revolucionária: da Associação Internacional dos Trabalhadores à emergência na América Latina”

Felipe Corrêa. “O Anarquismo e o Sindicalismo de Intenção Revolucionária: da Associação Internacional dos Trabalhadores à emergência na América Latina”

Este texto é um capítulo do livro História do Anarquismo e do Sindicalismo de Intenção Revolucionária no Brasil: novas perspectivas, organizado por Kauan W. dos Santos e Rafael V. da Silva (Prismas, 2017).

Nele, Corrêa discute, em quatro partes, o anarquismo e o sindicalismo de intenção revolucionária, tomando como ponto de partida uma reflexão teórico-conceitual e avançando para uma discussão acerca de seu processo de surgimento e difusão no mundo em geral e na América Latina em particular.

Na primeira parte, “Conceituando o Anarquismo”, o anarquismo é definido a partir de três grandes eixos – crítica da dominação, defesa da autogestão e estratégia fundamental – e de um conjunto de dez princípios político-ideológicos, os quais sintetizam sua ampla experiência histórica que vem sendo levada a cabo globalmente há praticamente 150 anos. O sindicalismo de intenção revolucionária – cujas mais relevantes modalidades na história foram o sindicalismo revolucionário e anarcossindicalismo – é considerado uma estratégia desenvolvida e promovida pelos anarquistas, um meio de luta por meio do qual eles construíram seus principais vetores sociais, especialmente durante o século XX.

Em “Surgimento e Difusão do Anarquismo”, a emergência do anarquismo no mundo é apontada como um processo que se evidenciou no seio da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), a qual teve existência entre 1864 e 1877, e que envolveu diretamente a Aliança da Democracia Socialista (ADS), fundada em 1868. Consolidando-se plenamente em menos de 20 anos, o anarquismo, ao final dos anos 1880, já contava com presença não somente na Europa ocidental, mas também na América no Norte, no norte da África e na América Latina.

Em “Estabelecendo Raízes na América Latina”, a emergência do anarquismo neste subcontinente é discutida, dentre outros fatores, como resultado de uma radicalização do socialismo da primeira geração, para a qual a práxis da AIT foi determinante, sobretudo ao contribuir com a radicalização das sociedades de socorros mútuos, que se transformaram progressivamente em sociedades de resistência (sindicatos). Tais sindicatos foram os principais espaços de inserção destes libertários em diversos países na região e permitiram que se conformassem as bases do sindicalismo de intenção revolucionária latino-americano. Juntamente com os sindicatos, outros ferramentais estratégicos, táticos e organizativos  foram responsáveis por canalizar a potência dos anarquistas e expressar toda sua força social.

Em “Anarquismo e Sindicalismo de Intenção Revolucionária: América Latina e Brasil”, além de algumas amarrações conclusivas, realizam-se reflexões mais generalizantes sobre o papel da mobilidade e da comunicação não presencial no surgimento e na difusão do anarquismo, as relações entre anarquismo e sindicalismo de intenção revolucionária e a dinâmica relacional envolvendo as dimensões globais-transnacionais, nacionais e subnacionais do anarquismo. Enfim, introduz-se o Brasil como parte deste anarquismo latino-americano.

* Baixe o artigo completo aqui: Felipe Corrêa – O Anarquismo e o Sindicalismo de Intenção Revolucionária: da Associação Internacional dos Trabalhadores à emergência na América Latina