Felipe Corrêa e Rafael V. da Silva. “Anarquismo, Teoria e História”
Felipe Corrêa e Rafael Viana da Silva. “Anarquismo, Teoria e História”
Neste texto, os autores propõem uma rediscussão do anarquismo, a partir da interdepedência entre teoria e história. Iniciando com um balanço sobre os estudos do anarquismo e o contexto atual, eles elaboram uma crítica dos estudos anteriores, fundamentados no senso comum, nas abordagens ideológicas e em problemas teórico-metodológicos significativos. Propondo novos elementos teórico-metodológicos, elaboram sete teses sobre o anarquismo, que colocam em xeque grande parte das conclusões de estudos anteriores. Essas sete teses afirmam o seguinte: 1.) Anarquismo não é sinônimo de individualismo, antiestatismo ou antítese do marxismo; constitui um tipo de socialismo caracterizado por um conjunto preciso de princípios político-ideológicos, que inclui a oposição ao Estado, mas que não se resume a ela; 2.) O anarquismo baseia-se em análises racionais, métodos e teorias que não são idealistas (explicações metafísicas/teológicas). Não afirma, em geral, a prioridade das idéias em relação aos fatos; apresenta distintas posições teóricas a este respeito; 3.) Os debates fundamentais do anarquismo se dão em torno dos seguintes temas: organização, lutas de curto prazo e violência. Os anarquistas não negam completamente a organização e as lutas de curto prazo, que são defendidas pela maioria deles; 4.) O anarquismo não é incoerente, sendo que seus princípios demonstram a existência de uma coerência. As divergências estão nos debates estratégicos, que dão origem às diferentes correntes anarquistas; 5.) O anarquismo não é negação da política, do poder. Os anarquistas defendem uma determinada concepção de política e de poder; entretanto, para essa reflexão, é necessária uma padronização conceitual; 6.) A extensão e o impacto do anarquismo são amplos: de 1868 ao presente nos cinco continentes; 7.) O anarquismo mobilizou classes dominadas como um todo, em especial proletariado urbano (operariado).
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