Felipe Corrêa, Rafael V. da Silva e Kauan W. dos Santos. “Anarquismo e Movimentos Sociais no Brasil (1903-2013)”
Felipe Corrêa, Rafael V. da Silva e Kauan W. dos Santos. “Anarquismo e Movimentos Sociais no Brasil (1903-2013)“
Nesse texto, os autores discutem o anarquismo e os movimentos sociais no Brasil, por meio de uma abordagem ampla, que busca apreender os grandes aspectos que marcaram o longo período de 110 anos compreendido entre 1903 e 2013. O texto está dividido em cinco partes, ao mesmo tempo temporais e temáticas. As duas primeiras – uma sobre o sindicalismo revolucionário e outra sobre as iniciativas educativas e culturais – abordam o período áureo do anarquismo no país, a Primeira República, quando os anarquistas, num contexto de desenvolvimento republicano, rápida industrialização e grande imigração, foram hegemônicos no movimento sindical e no movimento educativo-cultural da classe trabalhadora. A terceira parte discute os trabalhos anarquistas na educação, na cultura e no sindicalismo durante a Era Vargas e a Redemocratização. Trata-se de um período de crise do sindicalismo revolucionário e do anarquismo que, num momento de desenvolvimento econômico e entre períodos de ditadura (1937-1945) e abertura política (1946-1964), os anarquistas continuaram a desenvolver, mesmo que sob refluxo, atividades mais ou menos vinculadas ao campo dos movimentos sociais. A quarta parte aborda os tempos de ditadura militar, período de maior crise e menor atividade (semiclandestina) dos anarquistas, que sofreram com a repressão, o autoritarismo e o nacionalismo dos militares, mas mantiveram acesa a chama de seus ideais, retomando suas atividades na medida em que a tormenta reacionária perdia força. A quinta discute a reabertura da Nova República, um período de ressurgimento e rearticulação nacional do anarquismo, que se fortalece principalmente a partir dos anos 1990 num contexto marcado pelo neoliberalismo. Desde então, alguns movimentos sociais foram criados pelos anarquistas e vários deles têm contado com sua participação, majoritária ou minoritária, a depender do momento.
* Esse texto foi publicado originalmente como um capítulo em: BETTINE, Marco (org.). Mudança Social e Participação Política: os conflitos, as transformações, as utopias. São Paulo: Edições do Programa Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política (EACH-USP), 2020.
* Baixo o artigo completo aqui: Corrêa, Silva e Santos. “Anarquismo e Movimentos Sociais no Brasil (1903-2013)”.